segunda-feira, 30 de outubro de 2017

Mais um dia, um tropeço,
um amargo, um recomeço,
vida que segue,
mas padeço.

[mergulho sem pensar]

domingo, 17 de janeiro de 2016

Vício

queria um coquetel
que transforma
desintoxica
tranquiliza a alma
purifica
me faz um novo ser
recria
descansa o corpo
vicia
pílula magica
trágica mania.

[o que você toma para dormir?]


sábado, 14 de novembro de 2015

Um poema que me defina
Que refluxa, tenha insônia
De maneira antagônica
Grita, se divirta,
Sem precisar de rima
Vai pra casa
Birita
Sono
Pia
Vaso
Pinga
Cama.

[À ressaca de domingo]

sexta-feira, 12 de junho de 2015

Feliz dia dos namorados

Feliz dia dos namorados,
pros bobos, encalhados,
infelizes, iludidos,
de corações despidos,
maltratados.

[porque meu dia hoje
foi metade fingido
e metade recalcado]

sábado, 28 de março de 2015

Por debaixo do prisma

Por debaixo do prisma
se esconde uma criatura do pântano
que em semana de prova 
se mata, se esfola
desespera, chora,
e no resto do ano faz tchu tchu.

Por debaixo do prisma
passa um menino magro
que com sua blusa rosa
grita, comemora
que a turma D ganhou a competição.

Por debaixo do prisma
sai uma galera
que depois de 3 anos de baderna
percebe que o que era um sonho
hoje virou realização.

[ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais]


sábado, 22 de março de 2014

Eu tentei

Fui brincar de prosa,
ser gente grande ajuizada,
acontece que minh'alma sapeca,
não quer parar brincar de boneca,
nem carrinho de rodas.

[eu entendo o Peter Pan]

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Pray

so pray,
if you're feeling like nothing works
pray,
to realize that living is worth
pray,
if you don't know where else to go
pray,
if you're feeling strong enough though
pray,
if you're getting lost
pray,
if you don't know how much living does cost
pray,
to find your way home
pray,
to make sure you'll never be alone
pray,
just pray.

[may god's love be with you]

sábado, 4 de janeiro de 2014

Senescência

Um atentado sem pudor!
E ai vai a bagaceira,
com seus olhos de canalha,
puta velha e mal cuidada,
lembranças de uma vida vaga,

[o que o sangue une
         o destino não separa]

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

20 e poucos

Tenho medo e coragem do mundo,
sou homem e menino criado,

um mineiro assim meio bobo,
também um pouco desconfiado
que se esconde debaixo da mesa
sempre tem algo em sua defesa
tristeza? Dispensa.
confesso, um pouquinho louco
seguindo sua saga infinita
da casa dos 20 e poucos...

[a vida vai bem por aqui]

sexta-feira, 28 de junho de 2013

E ele se foi

sem sequer pensar,
não quis ouvir,
muito menos falar,
pois, no fundo, sabia,
que sua fragilidade
não permitiria que tamanha loucura
acontecesse de verdade.

[decolou para o mundo
e pousou para si]

domingo, 2 de junho de 2013

Curitiba

Lá pelas bandas do sul
tem um povo engraçado
que fala esquisito
um pouco cantado
que sobe na mesa
e bebe cerveja
muito vinho tinto
e licor de cereja
e acha que noiz mineiro
só sabe falar uai.

que trem doido esse Brasil não?


Se

se fingisse, traição,
se pintasse, um furacão,
se te ouvisse, me perdia,
se quisesse - eu queria!
se não queres, paciência
se sumi, é por carência.
Já passei da idade
dessas confusões de adolescência.

Você disse que não sabe se não,
mas também não tem certeza que sim.

[eu levo a sério mas você disfarça]



sábado, 12 de janeiro de 2013

Uma faceta

Tem gente que te quer
e diz que não
Tem gente que nem quer
e diz que sim.
Isso é demais para mim!

Assedio a verdade com um vinho
- seco, suave, branco ou tinto -
Dissimulo conversas,
Finjo carinho,
Eu adoro um vinho tinto!
Tem muita gente por ai achando
que nasci pra ser adivinho.

[embebede sua mentira]

quarta-feira, 2 de janeiro de 2013

Um ar que me sufoca,
dá vontade de beber
o que nem líquido é.

[me afogo sem pensar]

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Desejo

Certo ou errado
me rendo ao seu trato
me vendo barato
de gato e sapato
me use me abuse
me pegue me faça
me lambe, me cuspe
possua, satisfaça!

que hoje quero mais de uma vez.


sábado, 1 de dezembro de 2012

Pulsou

E suas mãos frias,
pegando em minhas,
tão trêmulas e vazias,
respirando sinestesias:
inalando prosa,
exalando poesia.

Um toque transforma.

[Quando te vi fiquei paralisado]

domingo, 7 de outubro de 2012

Aluga-se palco

Adeus palavras, ditongos, poesia:
o texto do artista borrou!
e a rouca voz
(que agora vos fala)
é o narrador em terceira pessoa,
espiando por detrás da coxia,
a morte do ator que ia
contar suas histórias de esquina,
antes que seu coração - que tremia -
parasse de bater.

ALUGA-SE PALCO



Ardor

Brinquei, corri
tentei, fugi,
cai.

chorei.

agora ando devagar porque já tive pressa.

sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Srta. Almeida

Embriagada!
Faminta de sonhos
e prazeres negados a ti.
É assim:
um pouco Janis,
às vezes Jobim.


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Auto-retrato

Engraçado que uns acham que me conhecem porque sabem meu nome. Na verdade nem eu sei ao certo. Me chamam de tanta coisa que nem sei. Acabo sendo um pra cada variação morfossintática daquilo que me denominam. O quieto, pequeno, divertido, controverso. Me projeto em espelhos numa vã esperança de que consiga ver minha própria imagem, e assim consiga me definir de fato: sou esse e não abro! Mas não posso. Não posso nem consigo. Depois de tanto tempo sendo tantas figuras hipotéticas e reais, me defini como tal. E assim cada vez fica mais difícil achar alguém que me acompanhe nessa trajetória extrusiva de santidades e sanatórios. Porque se hoje sou estrela, amanha já se apagou. Se hoje te odeio, amanhã lhe tenho amor. Lhe tenho horror. Lhe faço amor. Eu sou um ator.

domingo, 19 de agosto de 2012

Roda viva traiçoeira

Daquela certeza inconstante,
palavras absolutas e infiéis,
surgiu um novo humano,
uma soma e divisão menos censurada.

Sem metáforas nem alegorias,
esse ser humano experimenta a vida,
tosse, cospe,
depois vicia.

(08/06/08)

Migração de almas

Almas advindas do outro lado
da fome, da crise, da precisão,
buscam refúgio num novo lugar,
branco, preto, marrom.

Trabalham, se perpetuam,
ensaiam num mundo ainda escravista.
Almas eu não vendo não!

(09/06/08)

segunda-feira, 6 de agosto de 2012

Alcoólatras

evaporo em álcool
enquanto minh'alma 
ainda suporta ser
algo entre ela
e outro alguém.

quantos copos
pra te fazer feliz?


domingo, 5 de agosto de 2012

Niño

E eu brinquei, cai
corri, até,
plantei montão de sonhos
para mim.

Mas eu cresci, jurei
não sei, perdi,
pedi outra canção de infância
pra sorrir.

E eu lembrei, enfim,
porquê, de mim,
crescer e ser ainda
tão niño assim.


domingo, 22 de julho de 2012

Construção

Como é difícil - às vezes -
sustentar as próprias crenças,
sem ao menos saber o tijolo de si.

[concretize-se]

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Que fique bem claro que quando me refiro "aquela época" não faço apologia a uma época perfeita - tenho essa tendência. É que olhando assim de longe (hoje), costumo me recordar apenas de certas coisas específicas (boas), e acabo esquecendo de outras que tenho hoje e que fazem toda diferença. Complicado entender, mas pretendo ir contando aos poucos o porquê de cada coisa. O problema é que quando se é mais novo tudo é muito intenso. Queria eu contar todo livro aqui, cuspindo em uma ou duas páginas e acabar logo com isso, passar para outra história, mas não posso. Já não sou tão jovem assim e entendo que preciso lidar com essa situação o quanto antes. Não adianta passar por cima, fingir que nada aconteceu. Não há modo mais curto. A dor deve ser sentida! As alternativas são piores. Contudo, essa dor é acompanhada de esperanças. Existindo dor, há esperanças. E é onde você se encontra, às vezes, em algum lugar entre agonia, otimismo e orações. Então você é humano. Você está vivo! E isso tem que bastar.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

O começo...

Hoje me veio a mente um fato especial ocorrido a mais ou menos 4 anos atrás. Engraçado que apesar de todo esse tempo, consegui lembrar de tudo, tudo daquela noite. Não quero dizer tudo, exatamente, mas tudo que senti. Espera-se agora que eu descreva sobre isso, mas não dá. Não consigo. Já não escrevo tão bem, e naquela época era tudo tão confuso. O que sentia era forte, e ao mesmo tempo sem rumo. Mesmo sabendo onde queria chegar, acabava muitas vezes andando na direção oposta ( mas sim, isso acontece também hoje). Mas não quero falar no hoje. Aquela época era tão mais interessante. Tenho certeza de que se fosse para contar alguma história para meus netos seria daquele tempo! - mas quando eles tiverem mais de 18 , claro.
Não pretendo fugir do assunto, mas já peço desculpas pois às vezes minhas lembranças doem, e ao invés de admitir, fico divagando entre pensamentos soltos que me levam em outra direção. Vim aqui hoje para tentar - sei que em vão - contar uma história. Não é sobre amor ou paixão, deixo isso para os romancistas de plantão. O que vou escrever aqui, ainda não tem nome...

domingo, 20 de maio de 2012

não adianta saber
conjugar o verbo amar
em todas as formas
sem ao menos entender
o seu significado.

literatura é amor,
gramática é para tolos.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Vivendo em cores,
mais branco no preto,
fazendo do dia,
crepúsculo vivo,
monocromático.

[I'm back to black]


quinta-feira, 10 de maio de 2012

No meu poema existe
uma lágrima,
um último toque,
um abraço não dado,
coração apertado,
de dor e saudade.

[luto]